No discurso da Presidenta da República na abertura do Debate Geral da 68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas em Nova Iorque nos EUA, Dilma Russeff abordou em seu trecho final a situação na Síria e o conflito árabe-israelense. Não fez nenhuma referência ao Egito. Segue o trecho:
“Senhor presidente,
O Debate Geral oferece a oportunidade para reiterar os princípios fundamentais que orientam a política externa do meu país e nossa posição em temas candentes da realidade e da atualidade internacional. Guiamo-nos pela defesa de um mundo multilateral, regido pelo Direito Internacional, pela primazia da solução pacífica dos conflitos e pela busca de uma ordem solidária e justa – econômica e socialmente.
A crise na Síria comove e provoca indignação. Dois anos e meio de perdas de vidas e destruição causaram o maior desastre humanitário deste século. O Brasil, que tem na descendência síria um importante componente de nossa nacionalidade, está profundamente envolvido com este drama.
É preciso impedir a morte de inocentes, crianças, homens, mulheres e idosos. É preciso calar a voz das armas – convencionais ou químicas, do governo ou dos rebeldes. Não há saída militar. A única solução é a negociação, o diálogo, o entendimento.
Foi importante a decisão da Síria de aceder à Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas e aplicá-la imediatamente. A medida é decisiva para superar o conflito e contribui para um mundo livre dessas armas. Seu uso, reitero, é hediondo e inadmissível em qualquer situação. Por isso, apoiamos o acordo obtido entre os Estados Unidos e a Rússia para a eliminação das armas químicas sírias. Cabe ao Governo sírio cumpri-lo integralmente, de boa-fé e com ânimo cooperativo.
Em qualquer hipótese, repudiamos intervenções unilaterais ao arrepio do Direito Internacional, sem autorização do Conselho de Segurança. Isto só agravaria a instabilidade política da região e aumentaria o sofrimento humano.
Da mesma forma, a paz duradoura entre Israel e Palestina assume nova urgência diante das transformações por que passa o Oriente Médio.
É chegada a hora de se atender às legítimas aspirações palestinas por um Estado independente e soberano.
É também chegada a hora de transformar em realidade o amplo consenso internacional em favor de uma solução de dois Estados.
As atuais tratativas entre israelenses e palestinos devem gerar resultados práticos e significativos na direção de um acordo.
Senhor presidente, senhoras e senhores,
A história do século XX mostra que o abandono do multilateralismo é o prelúdio de guerras, com seu rastro de miséria humana e devastação.
Mostra também que a promoção do multilateralismo rende frutos nos planos ético, político e institucional.
Renovo, assim, o apelo em prol de uma ampla e vigorosa conjunção de vontades políticas que sustente e revigore o sistema multilateral, que tem nas Nações Unidas seu principal pilar.
Em seu nascimento, reuniram-se as esperanças de que a humanidade poderia superar as feridas da Segunda Guerra Mundial.
De que seria possível reconstruir, dos destroços e do morticínio, um mundo novo de liberdade, de solidariedade e prosperidade.
Temos todos a responsabilidade de não deixar morrer essa esperança tão generosa e tão fecunda.
Muito obrigada, senhores e senhoras.”
Esclarecimento: Multilateralismo é um termo nas relações internacionais que se refere a vários países trabalhando em conjunto sobre um determinado tema.
Acho que a Presidente deu uma de tucano. Ficou em cima do muro. Errou em colocar o Governo e os rebeldes (?) num mesmo patamar. Ignorou o terrorismo na crise da Síria e repetiu frases pre-moldadas que reflete a falta de engajamento de fato nos conflitos internacionais, mesmo para pacificar. Em relação à Palestina, continua a timidez em condenar os assentamentos e a desvantagem palestina nas negociações. Em relação à política externa do Brasil no Oriente Médio parece que falta alguém explicar o que acontece por lá ou melhor que traga uma versão mais independente dos fatos. Deixou a desejar.
Camarada Assad, aprendemos na militância marxista-leninista, a levar sempre em conta a correlação de forças. No caso do Brasil, há que se levar em conta o seu peso político e econômico na esfera mundial, completamente distinto da Argentina, Venezuela, Equador e Bolívia, que podem se dar ao luxo de darem depoimentos em defesa da Síria mais contundentes.
Acho que a presidente disse o que precisava ser dito, qual seja, que aquele conflito não será resolvido pelas armas, mas sim epla política e diplomacia.
Eu fiquei satisfeito com o discurso.
Abraços fraternais
Lejeune
Gostei do fato dela ter denunciado a espionagem feita pelos EUA contra o Brasil e a Petrobrás. Isso só reforça a necessidade imperiosa dela suspender o leilão do campo de Libra.
A política do estado brasileiro é, historicamente, a neutralidade. Analisando desde essa perspectiva de estado, o discurso da Dilma pode ser considerado até radical, pois ela rompeu com o discurso de neutralidade do estado brasileiro. Mas analisando desde uma perspectiva mais de governo, considero que Dilma e sua equipe são bem mais tímidos em política externa do que Lula e Amorim.
De qualquer forma o discurso, embora tenha alguns aspectos que mereçam críticas, me parece que é positivo e mostra uma maior aproximação do Brasil aos Brics, o que é desejável para a criação de um mundo multipolar.
Da minha parte agradeço à Dilma, presidente que ajudei a eleger, pela sua posição na ONU.
A todos, gostei das palavras da presidenta Dilma Roussef sobre o Oriente Médio, a Síria em particular, e da coragem que ela teve no discurso e tem, reclamando contra os ataques do Imperialismo contra nós.
Maria Pimentel, vamos usar o capital dos outros e poupar o nosso. Quatro pontos a respeito de Libra: 1- as grandes petrolíferas não participaram por falta de capacidade de investimento do tamanho que Libra exige; 2- a Petrobrás será sócia em todos os investimentos; 3- precisamos prosseguir com os programas de dotarmos as forças armadas de capacidade para preservar as nossas riquezas; 4- é imperativo que tomemos providências para não deixar que Estados Unidos e seu lacaio sionista participem direta e indiretamente em nossas forças armadas com a escolha de jatos que não sejam oriundos dos Estados Unidos e portadores de chip que transmitirão permanentemente nossas informações diretamente para o Pentágono, como está acontecendo com os aviões não tripulados que nos estão sendo fornecidos pelo estado patife de Israel.