“Não pode haver comprometimento de nossa soberania”, enfatizou o presidente do Parlamento libanês Nabih Berri após receber o rascunho da proposta dos EUA
The Cradle
15 DE NOVEMBRO DE 2024
(Crédito da foto: Getty)
O presidente do Parlamento libanês Nabih Berri expressou várias reservas a uma proposta dos EUA para um cessar-fogo entre o Hezbollah e Israel, já que as negociações estão em andamento em um esforço para acabar com o conflito, informou o Asharq Al-Awsat em 15 de novembro.
Berri, que lidera o Movimento Shia Amal e sua ala parlamentar, foi encarregado pelo Hezbollah de conduzir as negociações em nome da resistência islâmica.
Espera-se que o Líbano responda à proposta dos EUA por escrito “muito em breve”.
Berri disse ao Asharq Al-Awsat que a proposta dos EUA não dá permissão a Israel para conduzir operações militares dentro do Líbano após qualquer cessar-fogo ser alcançado.
Líderes israelenses já haviam incluído essa liberdade de ação em suas demandas de cessar-fogo, mas autoridades americanas envolvidas nas negociações sabem que isso é inaceitável e não está aberto para discussão, afirmou Berri.
“Não pode haver comprometimento de nossa soberania”, ele enfatizou.
A proposta dos EUA pede a implementação da resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que foi aprovada para encerrar a guerra de 33 dias entre o Hezbollah e Israel em 2006.
Berri insistiu que nenhum comitê de nações ocidentais deveria ser estabelecido para monitorar a implementação da resolução. Em vez disso, as tropas da UNIFIL, que já estão posicionadas na fronteira Israel-Líbano, são capazes de monitorar o cumprimento.
Apesar dessas reservas, as negociações estão progredindo positivamente, disse Berri ao jornal saudita.
Israel realizou vários ataques aéreos nos últimos dias em áreas do Líbano onde o Movimento Amal de Berri tem forte apoio, em um esforço aparente para pressioná-lo nas negociações.
Ataques israelenses destruíram prédios residenciais na cidade natal de Berri, Tebnine, e nos bairros de Al-Ghobeiry e Bourj al-Barajneh no sul de Beirute nos últimos dias.
“Parece que [o primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu recorre à força quando quer uma concessão. Mas ele não sabe com quem está lidando, e tais ações não funcionam conosco”, comentou Berri em resposta a perguntas sobre os bombardeios.
A proposta dos EUA diz que as forças israelenses e do Hezbollah devem se retirar do território libanês ao longo da fronteira onde estão lutando atualmente. Apenas o exército libanês e as tropas da UNIFIL poderão estar presentes lá.
A proposta também exige que o Líbano tenha que desarmar o Hezbollah dentro de 60 dias após a assinatura do acordo.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, teria expressado apoio a um acordo de cessar-fogo no Líbano durante discussões recentes com autoridades israelenses.
“Quero que vocês cheguem a um acordo sobre o Líbano. Não tenho objeções ao plano atual”, disse Trump a Ron Dermer, Ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, em uma reunião no domingo.
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