À medida que as operações do Hezbollah se tornam mais mortíferas a cada dia, os colonos do norte acusam o governo de Netanyahu de abandoná-los
(Crédito da foto: Reuters)
The Cradle, 6 DE JUNHO DE 2024
O líder da oposição israelense e ministro do gabinete de guerra, Benny Gantz, fez uma viagem recente aos assentamentos do norte, onde alertou os chefes das comunidades de colonos para se prepararem para “dias mais difíceis” na guerra com o Hezbollah na fronteira libanesa, conforme relatado pelo Canal 12 em 6 de junho.
Gantz disse aos líderes dos conselhos de colonos no norte “para não reclamarem do presente porque o futuro pode ser mais problemático”, segundo o Canal 12.
Ele também os advertiu “para se prepararem para os combates e para dias mais difíceis que poderiam levá-los à guerra”.
“Acredito que o governo libanês e também o Hezbollah não querem a erupção de uma guerra em grande escala, mas é necessário pressioná-lo [o Hezbollah] no momento atual, antes que todos partam para uma guerra mais ampla.”
O Hezbollah aumentou a pressão sobre as suas operações contra instalações militares israelenses nos últimos dias, coincidindo com o contínuo bombardeamento indiscriminado do sul do Líbano e com o aumento das ameaças israelenses de uma guerra em larga escala contra o país. Um ataque de drone na quarta-feira matou pelo menos um soldado e feriu cerca de dez.
O aviso de Gantz surge num momento em que os residentes dos colonatos do norte e os seus líderes atingem um estado de extrema frustração pelo fato de dezenas de milhares de pessoas permanecerem espalhadas em hotéis e apartamentos por todo Israel, sem nenhum plano do governo para os devolver ao norte – o que dizem que não conseguiu protegê-los.
Uma reportagem do jornal Maariv de 6 de junho disse que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não falou nem se reuniu com o prefeito do assentamento de Kiryat Shmona, no norte, na quarta-feira, durante sua viagem à área. O relatório acrescenta que o primeiro-ministro não faz contato com o prefeito há oito meses, o que significa a tensão entre o governo e os chefes do conselho do norte.
O aviso do líder da oposição também ocorre dois dias antes do prazo final de Gantz, 8 de junho , quando ele disse que se retiraria do gabinete de guerra, a menos que um “plano claro e abrangente” fosse elaborado pelo governo para resolver a situação em Gaza e o retorno dos prisioneiros israelenses detidos. na faixa.
Netanyahu disse durante a visita a Kiryat Shmona que Tel Aviv está “preparada para uma ação extremamente poderosa no norte”.
De acordo com outros meios de comunicação hebreus, os decisores políticos em Israel temem uma guerra generalizada com o Hezbollah e dizem que o exército não está preparado para isso. O Haaretz informou que existem grandes lacunas entre as declarações públicas “vagas” feitas por funcionários que ameaçam travar guerra no Líbano e as conversações reais nos bastidores dentro do governo.
O site de notícias israelense Ynet citou um oficial militar no fim de semana dizendo que o Hezbollah está usando apenas cinco por cento de suas capacidades militares contra Israel em suas operações atuais, usando assentamentos no norte e locais do exército como “um campo de testes contra o exército israelense, em preparação para uma batalha real e extensa.”
Analistas israelenses determinaram que o lançamento de um ataque em larga escala contra o Líbano levaria o Hezbollah a disparar milhares de foguetes e mísseis de precisão contra Israel por dia, o que, preveem, iria colapsar os seus sistemas de defesa aérea.
“O caos se intensificará quando o Hezbollah enviar centenas de comandos Radwan para tomar cidades e vilas, e postos das FDI ao longo da fronteira libanesa”, diz um relatório detalhado de think tanks israelenses de fevereiro.
Em 2012, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, alertou que os combatentes do seu grupo seriam capazes de “tomar o controle da Galileia” no caso de Israel decidir travar uma guerra contra o Líbano.
Fonte: The Cradle
Ao que parece a queda do atual gabinete de governo não significa paz, apenas uma mudança na estratégia de guerra. Tão cedo haverá paz, nem para palestinos, nem para libaneses e sequer para os próprios israelenses. O Oriente médio está tenso, com viés de alta.