O que está acontecendo nos bastidores da política síria?

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Jornal iemenita “Não” –  Por Ahmed Refaat Youssef

Síria - País do Oriente Médio - InfoEscola

Quem acompanha os rumos da política síria nos dias de hoje, e as notícias e movimentos que estão vazando, tem certeza de que há um movimento ativo acontecendo nos bastidores, e confirma que a situação está à beira de desenvolvimentos importantes, para o benefício do Estado sírio e abrindo caminho à sua saída dos emaranhados das suas crises complexas.

Os fatos mais destacados registrados nesta notícia e nos bastidores, nos últimos dias:

** A crescente frequência de notícias sobre procedimentos e movimentos que ocorrem entre Damasco – Moscou – Ancara, e não muito longe de Teerã, abre caminho para a retirada turca das terras que ocupa na Síria, como este passo exige, em termos de alcance resultados, para resolver o problema dos refugiados sírios e dos grupos “terroristas”, que opera sob a gestão e supervisão da Turquia.

** O chefe da inteligência italiana, general Gianni Carvelli, visitou Damasco na terça-feira, 28 de maio, e se encontrou com o presidente sírio Bashar al-Assad, e o que foi relatado por ele foi que os governos da Áustria, República Tcheca, Chipre, Dinamarca , Grécia, Itália, Malta, Polónia e Roménia estavam a realizar uma avaliação das relações com a Síria.

** A visita do Presidente al-Assad a Teerã, depois a visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ali Bagheri Kani, a Damasco, na sua primeira ação externa após assumir o cargo.

** As forças SDF adiaram as eleições locais, que pretendiam realizar no dia 11 deste mês, nas áreas que controlam no nordeste da Síria, com a ajuda das forças de ocupação americanas, que não foram aprovadas pelo Estado sírio.

** Um anúncio do Ministério da Defesa russo de que aviões de guerra russos e sírios começaram a realizar patrulhas conjuntas contínuas sobre a Síria e que “entrámos numa nova fase na luta contra o terrorismo”.

Estas medidas surgem como uma continuação das medidas políticas e diplomáticas que as precederam, sendo as mais proeminentes:

** A América retirou o projeto de lei contra a normalização com a Síria.

** Participação do Presidente Al-Assad na Cimeira de Manama.

** Nomear a Arábia Saudita como seu embaixador em Damasco.

** Fale sobre visitas de delegações políticas e de segurança europeias a Damasco.

Isto também não pode ser separado do que está a acontecer, em termos de um movimento interno sírio, o mais proeminente dos quais foi a conferência do Partido Baath, e o importante discurso proferido pelo Presidente Bashar al-Assad antes da conferência, e a resultante liderança central do partido, totalmente novo, e uma das suas primeiras decisões foi formar uma comissão para o diálogo nacional e os preparativos para a realização das eleições para a Assembleia Popular, em meados deste mês, que serão seguidas pela formação de um novo governo.

A realidade no tratamento da situação síria exige o reconhecimento de que os intervenientes mais importantes neste movimento são os Estados Unidos da América e a Turquia, devido ao seu papel influente no dossiê sírio, e isto exige questionar as razões que levaram a toda esta flexibilidade nas posições de Washington e Ancara em relação a Damasco.

Do lado americano, pode ser muito cedo para falar em normalização das relações entre Damasco e Washington, mas o terreno e a realidade política impõem aos Estados Unidos a adoção de uma política não hostil com a Síria devido à sua preocupação com três ficheiros perigosos, na Palestina ocupada, na Ucrânia, e nas eleições presidenciais, e a sua preocupação é arrefecer a situação síria e não uma nova frente  aberta contra ela, especialmente porque as facções de resistência na Síria e no Iraque visaram as suas posições com operações eficazes, contra o pano de fundo da sua participação direta na agressão israelense à Faixa de Gaza, e isto continuou até que a posição americana na Jordânia foi atingida, e a resposta americana, e então foi alcançado um entendimento com o governo iraquiano, que as facções concordaram, em parar as operações, mas Washington está consciente da sua fragilidade.

EUA relacionou estes desenvolvimentos com a atmosfera positiva nas reuniões sírio-americanas que tiveram lugar em Mascate, e com a possibilidade de regressar aos entendimentos alcançados entre Damasco e Washington em 2019, que Damasco interrompeu, depois de Donald Trump ter dito que tinha tomado uma decisão para assassinar o Presidente al-Assad, mas depois retirou esta afirmação.

Todos estes desenvolvimentos levaram a uma série de posições americanas, incluindo a retirada do projeto de lei contra a normalização com a Síria, que permitiu aos países árabes, procurando restaurar as suas relações com a Síria, continuarem as suas tentativas;

Além disso, vários países europeus enviaram delegações a Damasco para discutir o restabelecimento das relações com o país e instruíram as forças das FDS a suspender a sua decisão de realizar eleições locais, o que o governo sírio rejeita.

Quanto às posições turcas, surgiram após uma série de desenvolvimentos que começaram a afectar negativamente as relações da Turquia e o seu papel regional, em benefício dos seus concorrentes, especialmente em Teerã e Riad, dos quais os mais importantes são:

** Os refugiados sírios e os grupos “terroristas” que os apoiam em Idlib e no norte da Síria transformaram-se num problema interno turco, que se refletiu nas urnas em detrimento de Erdogan e do seu partido, segundo os resultados do mostraram as recentes eleições locais.

** A convergência dos interesses sírio-turcos na rejeição da região de Administração Autónoma apoiada pelos EUA no nordeste da Síria, apesar da afirmação de Damasco de que não se juntará à Turquia na luta contra as FDS.

** O governo turco está convencido de que a reaproximação árabe e europeia com Damasco, com luz amarela americana, o tornará isolado e o único que levanta a espada da hostilidade com Damasco.

** O estado de hostilidade turco em relação à Síria continua a ser um dos pontos de desacordo com a Rússia e o Irã, e mesmo com os países árabes e a China.

** A constatação de Ancara de que é impossível a recuperação da economia turca sem abrir a janela síria.

** O fracasso americano-israelense na agressão contra Gaza.

Todas estas razões fizeram Ancara perceber que era impossível manter um papel para si sem resolver os seus problemas com a Síria, nomeadamente retirando-se dos territórios que ocupa e cessando o seu apoio a grupos “terroristas”, que é a pré-condição para Damasco discutir qualquer normalização das relações com Ancara, para a qual a Turquia parece estar preparando-se com base no princípio de “arrancar os espinhos com as próprias mãos”, visto que muitas informações se cruzam, inclusive de fontes próximas ao governo de Erdogan, confirmando que  as negociações russas sobre a retirada turca da Síria atingiram fases avançadas para discutir formas de implementar esta retirada.

Segundo reportagens da TV oficial turca (TRT Arabi), Ancara organizará listas dos sírios ali presentes, segundo as quais serão classificados entre aqueles que têm o direito de permanecer na Turquia e aqueles que serão devolvidos à Síria, que não têm problemas de segurança.

Quanto aos envolvidos nos assassinatos, que precisam de ser levados perante o poder judicial sírio, todos compreendem que essas pessoas nunca regressarão, e a Turquia está tentando discutir o seu destino com as autoridades russas, dando-lhes ao mesmo tempo uma oportunidade, para aqueles que podem, procurar locais fora da Turquia e da Síria para onde serem deportados.

O segundo passo no acordo turco-russo consiste em desmantelar os quartéis e pontos de observação turcos localizados em território sírio, em preparação para a sua retirada, e entregar as fronteiras exclusivamente ao Estado sírio, para que este se torne responsável por elas, e deixar as FDS para o estado sírio.

Quanto à questão sobre a posição e localização da Síria relativamente a todos estes desenvolvimentos, o Presidente al-Assad definiu-a claramente no seu discurso na conferência do Partido Baath, dos quais os mais proeminentes são:

** O regresso da questão palestina ao primeiro plano e a guerra em Gaza expuseram os defensores da imitação do Ocidente no nosso mundo árabe.

** A posição firme da Síria sobre o conflito árabe-sionista: “Nada mudará a nossa posição, ou deslocá-la-á nem por um fio de cabelo.”

** Nossa posição sobre a resistência e nosso posicionamento em relação a ela como conceito ou prática não mudará. Pelo contrário, está cada vez mais consolidado.

Fonte: Jornal iemenita “Não”

Abaixo texto em árabe


ماذا يجري في كواليس السياسة السورية؟

صحيفة “لا” اليمنية – أحمد رفعت يوسف

من يتابع مسارات السياسة السورية هذه الأيام، وما يتم تسريبه من أخبار وتحركات، يتأكد بأن ثمة حراكاً نشطاً، يجري في الكواليس، ويؤكد أن الوضع مقبل على تطورات مهمة، لصالح الدولة السورية، وتمهد لخروجها من تشابكات أزماتها المعقدة.
أبرز ما سجلته هذه الأخبار والكواليس، خلال الأيام القليلة الماضية:
** زيادة تواتر الأنباء، عن اجراءات وتحركات تجري بين دمشق – موسكو – أنقره، وغير بعيدة عنها طهران، تمهد للانسحاب التركي من الأراضي التي تحتلها في سورية، بما تقتضيه هذه الخطوة، من التوصل إلى مخرجات، لحل مشكلة اللاجئين السوريين، والمجموعات “الإرهابية”، التي تعمل بإدارة وإشراف تركيا.
** رئيس المخابرات الإيطالية، الجنرال جاني كارفيللي، زار دمشق يوم الثلاثاء 28 أيار/مايو، والتقى الرئيس السوري ‎بشار الأسد، وما نقل عنه بأن حكومات النمسا، التشيك، قبرص، الدنمارك، اليونان، إيطاليا، مالطا، بولندا، ورومانيا يجرون إعادة تقييم للعلاقات مع ‎سورية.
** زيارة الرئيس الأسد إلى طهران، ثم زيارة وزير الخارجية الإيراني، علي باقري كني، إلى دمشق، في أول تحرك خارجي له، بعد توليه منصبه.
** تأجيل قوات “قسد” الانتخابات المحلية، التي كانت تنوي إجراؤها، في الحادي عشر من الشهر الجاري، في المناطق التي تسيطر عليها شمال شرق سورية، بمساعدة قوات الاحتلال الأمريكي، والتي لم توافق عليها الدولة السورية.
** إعلان وزارة الدفاع الروسية، بأن الطائرات الحربية “الروسية والسورية” بدأت بتنفيذ دوريات مستمرة مشتركة، فوق سوريا، وبأننا “دخلنا مرحلة جديدة، لمكافحة الإرهاب”.
هذه التحركات، تأتي استكمالاً للتحركات السياسية والدبلوماسية، التي سبقتها وأبرزها:
** سحب أمريكا مشروع قانون مناهضة التطبيع مع سورية.
** مشاركة الرئيس الأسد، في قمة المنامة.
** تسمية السعودية، سفيرا لها في دمشق.
** حديث عن زيارات، لوفود سياسية وأمنية أوروبية لدمشق.
كما لا يمكن فصل ذلك عن ما يجري، من حراك داخلي سوري، كان أبرزه، مؤتمر حزب البعث، والكلمة المهمة، التي ألقاها الرئيس بشار الأسد، أمام المؤتمر، وما نتج عنه من قيادة مركزية للحزب، جديدة كليا، وكان من أولى قراراتها، تشكيل لجنة للحوار الوطني، والاستعدادات لإجراء انتخابات مجلس الشعب، منتصف هذا الشهر، والتي سيليها، تشكيل حكومة جديدة.
الواقع في تناول الوضع السوري يقتضي الاعتراف بأن أهم لاعبين في هذا الحراك هما الولايات المتحدة الأمريكية وتركيا، بسبب دورهما المؤثر في الملف السوري، وهذا يستدعي التساؤل عن الأسباب التي دعت لكل هذه الليونة في مواقف واشنطن وأنقرة تجاه دمشق.
ففي الجانب الأمريكي، قد يكون من المبكر حاليا الحديث عن تطبيع في العلاقات بين دمشق وواشنطن، لكن الواقع الميداني والسياسي يفرض على الولايات المتحدة انتهاج سياسة غير عدائية مع سورية بسبب انشغالها بثلاث ملفات خطيرة، في فلسطين المحتلة واوكرانيا والانتخابات الرئاسية، ويهمها تبريد الوضع السوري وعدم فتح جبهة جديدة عليها، خاصة وأن فصائل المقاومة في سورية والعراق، استهدفت مواقعها بعمليات مؤثرة، على خلفية مشاركتها المباشرة في العدوان الإسرائيلي على قطاع غزة، واستمرت حتى ضُرب الموقع الأمريكي في الأردن، والرد الأمريكي، ثم حصول تفاهم مع الحكومة العراقية، وافقت عليه الفصائل، لوقف العمليات، لكن واشنطن، تدرك هشاشته. وربط هذه التطورات مع الأجواء الإيجابية في اللقاءات السورية الأمريكية التي جرت في مسقط، وإمكانية العودة إلى التفاهمات التي تم التوصل إليها بين دمشق وواشنطن، عام 2019، والتي اوقفتها دمشق، بعد حديث دونالد ترامب بأنه اتخذ قرارا باغتيال الرئيس الأسد، ثم تراجع عنه في آخر لحظة.
مجمل هذه التطورات، أدت إلى عدد من المواقف الأمريكية، منها سحب مشروع قانون مناهضة التطبيع مع سورية، مما سمح للدول العربية، الساعية لإعادة علاقاتها مع سورية، لمواصلة محاولاتها؛ وايضا لقيام عدة دول أوروبية بإرسال وفود إلى دمشق لبحث عودة العلاقات معها، والإيعاز إلى قوات “قسد” لوقف قرارها بإجراء انتخابات محلية، ترفضها الحكومة السورية.
أما المواقف التركية، فقد جاءت بعد سلسة من التطورات التي باتت تؤثر بشكل سلبي على علاقات تركيا ودورها الإقليمي، لصالح منافسيها، وخاصة في طهران والرياض، أهمها:
** تحول اللاجئين السوريين، والمجموعات “الإرهابية” التي تدعمها في ادلب وشمال سورية إلى مشكلة داخلية تركية، انعكست في صناديق الاقتراع لغير صالح أردوغان وحزبه، بحسب ما أظهرته نتائج الانتخابات المحلية الأخيرة.
** التقاء المصالح السورية التركية في رفض منطقة الإدارة الذاتية، المدعومة أمريكيا، في شمال شرق سورية، رغم تأكيد دمشق بأنها لن تنضم إلى تركيا في محاربة قسد.
** اقتناع الحكومة التركية بأن التقارب العربي والأوروبي مع دمشق، بضوء أصفر أمريكي، سيجعلها معزولة، والوحيدة التي ترفع سيف العداء مع دمشق.
** وقوف حالة العداء التركية لسورية كأحد نقاط الخلاف مع كل من روسيا وإيران، وحتى الدول العربية والصين.
** إدراك أنقرة لاستحالة تعافي الاقتصاد التركي بدون فتح النافذة السورية.
** الفشل الأمريكي الإسرائيلي في العدوان على غزة.
مجمل هذه الأسباب جعلت أنقرة تتأكد باستحالة حفظ دور لها بدون حل مشاكلها مع سورية، وفي مقدمتها الانسحاب من الأراضي التي تحتلها، ووقف دعمها للمجموعات “الإرهابية”، وهو الشرط المسبق لدمشق على بحث أي تطبيع للعلاقات مع أنقرة، وهو كما يبدو أن تركيا مقبلة عليه على مبدأ “قلع شوكك بأيديك”، حيث تتقاطع معلومات عديدة، منها من مصادر مقربة من حكومة أردوغان، تؤكد أن المفاوضات التركية الروسية حول الانسحاب التركي من سورية وصلت إلى مراحل متقدمة لبحث طرق تنفيذ هذا الانسحاب.
وبحسب تقارير لتلفزيون (TRT عربي) التركي الرسمي، فإن أنقرة ستقوم بتنظيم قوائم للسوريين المتواجدين فيها، يتم بموجبها، الفرز بين من يحق له البقاء في تركيا، ومن سيتم إعادته إلى سورية، ممن لا يوجد عليهم إشكالات أمنية؛ أما المتورطون بعمليات قتل، ممن يستدعي مثولهم أمام القضاء السوري، فيدرك الجميع أن هؤلاء لن يعودوا نهائيا، وتحاول تركيا بحث مصيرهم مع السلطات الروسية، مع إعطائهم فرصة، لمن يستطيع منهم، للبحث عن أماكن لهم خارج تركيا وسورية لترحيلهم اليها.
والخطوة الثانية في الاتفاق التركي الروسي، وهي تفكيك الثكنات ونقاط المراقبة التركية الموجودة على الأراضي السورية تمهيداً لانسحابها وتسليم الحدود إلى الدولة السورية حصرا لتصبح هي المسؤولة عنها، وترك أمر قسد للدولة السورية.
أما السؤال عن موقف سورية وموقعها، من كل هذه التطورات، فقد حددها الرئيس الأسد، بكل وضوح، في كلمته التي ألقاها في مؤتمر حزب البعث، وأبرزها:
** عودة القضية الفلسطينية إلى الواجهة، والحرب على غزة، فضحت دعاة الاقتداء بالغرب في عالمنا العربي.
** موقف سورية الثابت من الصراع العربي الصهيوني، “فلا شيء يبدل موقفنا، أو يزيحه مقدار شعرة”.
** موقفنا من المقاومة، وتموضعنا بالنسبة لها كمفهوم، أو ممارسة، لن يتبدل؛ بالعكس هو يزداد رسوخاً.

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